Projeto aprovado pelo Senado tende a aumentar tarifa do serviço, a exemplo do que aconteceu com o fornecimento de energia elétrica
Styvenson Valentim (Podemos/RN) foi o único senador do Rio Grande do Norte que votou a favor do novo marco regulatório do saneamento básico, aprovado pelo Senado Federal na última quarta-feira, 24/6. Na prática, esse projeto, votado no Senado Federal, abre caminho para a privatização da água. Jean Paul Prattes (PT/RN) e Zenaide Maia (Pros/RN) foram contra.
Valentim justificou seu voto a favor da proposta afirmando que a prestação do serviço irá melhorar com a privatização porque, na sua opinião, a maior parte das empresas públicas serve apenas para cabide de emprego.
“A população exige e quer um bom serviço. A competição é boa até para o consumidor ter com quem reclamar. É mais fácil reclamar com a companhia privada ou com a pública? A população está esquecida há muitos anos pelo poder público nesse quesito, que é água potável e esgoto. Alguns parlamentares acreditam que o Estado ainda seja esse grande provedor dos serviços, mas a maioria das empresas públicas hoje só são cabides de emprego”, revelou Stynvesson Valentim ao blog do barreto.
A justificativa do senador não encontra muita base na realidade. De acordo com a BBC, até 2018, nada menos que 267 cidades decidiram reestatizar o saneamento básico. Os motivos para a reversão da privatização foram problemas como serviços inflacionados, ineficientes e com investimentos insuficientes. Situações que se repetiram ao longo dos anos e obrigaram as cidades a reestatizar o sistema.
Outro problema que a privatização da água vai trazer e que não tem sido mostrado de forma clara à população e que, a exemplo do que aconteceu com a energia elétrica, a conta para o consumidor final vai aumentar. A expectativa é que esse aumento fique em pelo menos 40%.
O senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) acredita que a privatização deverá aumentar as tarifas de fornecimento de água e esgoto sem que haja melhora visível no serviço. Segundo ele, em Roraima, o serviço de distribuição de energia ficou mais caro depois da privatização, mas segue com má qualidade.
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